30 de outubro de 2009

O turista e o peregrino


O mundo em que vivemos afeta profundamente a maneira de ser e de viver de cada um de nós e nem sempre nos damos conta disso. As decisões que tomamos diariamente, as escolhas que fazemos, as interpretações que damos aos acontecimentos são influenciadas pelo contexto social e cultural.

Isso quer dizer que os estilos de vida que adotamos também estão marcados pela maneira como o mundo se constitui.
As metáforas ajudam a compreender melhor as transformações que ocorreram e que estão em curso no nosso modo de viver. Zygmunt Bauman, pensador contemporâneo, construiu uma que ajuda a dar sentido e a interpretar a diferença entre o modo de estar no mundo décadas atrás e agora. Para isso, ele contrapõe as imagens do peregrino e do turista.

O peregrino, figura característica de um mundo em extinção, é quem escolhe viajar em busca de algo para melhorar ou dar sentido à sua vida. Em sua árdua e longa jornada, que não tem prazo para terminar, ele não tem pressa e seu trajeto importa mais do que sua chegada, que ele não sabe quando nem onde ocorrerá.

Já o turista -figura marcante dos tempos atuais- viaja por diversão e com data marcada para voltar, escolhe seu destino por curiosidade ou influência do mercado de consumo do lazer e seu trajeto é apenas o modo de chegar a seu destino. Qualquer contratempo nos planos do turista é vivido de forma dramática. Vou usar essa metáfora para compreender um pouco as mudanças dos papéis de mãe e de pai na atualidade.

Hoje, mal um filho nasce e os pais já se preocupam com o fim de sua jornada, que equivale a entregar o filho ao mundo para que ele viva por conta própria e com autonomia. Desse modo, pais de crianças muito pequenas procuram escolas que as preparem para o vestibular e o Enem, enchem seus filhos de atividades que os ajudem a enfrentar o futuro mercado de trabalho, programam com antecedência e em pormenores sua vida para realizar tudo o que planejaram para o filho.

Pais de crianças que resistem -por seu modo de ser- a tais planos frustram-se, sentem-se fracassados, usam de muitos artifícios para tentar resgatar o caminho originalmente traçado ou desistem precocemente de sua viagem. Preparar o filho para o futuro tornou-se, por força das pressões externas, missão mais importante do que conhecer e ouvir o filho, estar com ele, construir um vínculo afetivo. Essa imagem é muito parecida com a do turista, não?

Há pais que não pensam no fim de sua jornada a não ser quando constatam que ela terminou. Sabem que seu trajeto será longo e árduo, não têm pressa, encaram as vicissitudes como parte da caminhada, ligam-se mais ao filho que têm do que àquele que ele será. Esse modo de se relacionar com a paternidade tem mais relação com a imagem do peregrino, portanto.

É possível escolher ser mais peregrino na vida com os filhos do que turista, mesmo com as influências que sofremos. Para isso, entretanto, é preciso refletir e resistir a muitas pressões do mundo em que vivemos.

Texto Rosely Sayão

27 de outubro de 2009

ANIVERSÁRIO - MATHEUS 7 ANOS

Matheus Meloto Passarin, completou 7 anos no dia 24/10, a festa foi no buffet Sonho de Criança.


PARABÉNS MATHEUS!!!!

23 de outubro de 2009

Monge caminha 18 metros "sobre a água"

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Foto-legenda: monge caminha 18 metros "sobre a água"

23/10 - 09:03 - Redação com agências internacionais


PEQUIM - Um monge chinês do templo Shaolin, Shi Lilian, de 33 anos, conseguiu percorrer 18 metros "sobre a água" utilizando uma técnica conhecida como "Shuishangpiao".

Shi Lilian aparentemente corre sobre a água / Reuters

Apesar de parecer que o monge caminha "milagrosamente" sobre a superfície de um reservatório na província de Quanzhou, Shi Lilian na verdade usa uma técnica de enfileirar tábuas de madeira para dar a impressão de que a caminhada é possível.
Veja a técnica de Shi Lilian abaixo:

Primeiro, ele deixa todas as tábuas enfileiradas ... / Reuters


... depois é só correr em alta velocidade e tomar cuidado para não cair / Reuters

22 de outubro de 2009

Caso de polícia

Caso de polícia

Na semana passada, soubemos, por meio da imprensa, que uma garota de sete anos acabou na delegacia por causa de uma briga na escola que começou, parece, por causa de um doce. As notícias divulgadas afirmam que a garota agrediu educadores e até policiais que foram chamados pela própria escola para ajudar (?) a resolver a situação.

A mãe da menina disse que ela faz tratamento e que a escola está ciente da situação, mas não vou considerar essa informação porque muitas crianças dessa idade ainda podem se descontrolar fisicamente mesmo sem ter problema nenhum. E é bom lembrar que a criança, quando perde o controle ainda escasso e em desenvolvimento que tem sobre seu corpo, dificilmente consegue parar a crise de birra sem ajuda.

Não estamos sozinhos nessa atitude de colocar a criança como inteiramente responsável por suas atitudes. Na Inglaterra, uma garota de dois anos está sendo acusada por um vizinho de ter cometido atos de vandalismo. A polícia também foi chamada nesse caso e está investigando o fato de a menina ter batido com uma varinha no carro de propriedade do vizinho que a acusou.

Imagine, caro leitor, a cena: uma criança que vive num mundo habitado por fadas, bruxas e crianças com poderes mágicos -vale lembrar que Harry Potter tem origem britânica- decide usar uma varinha para transformar um carro em carruagem, veículo voador, abóbora ou coisa que o valha. E tudo o que consegue é ser empurrada violentamente para o mundo adulto: vai parar na polícia. No caso brasileiro, tudo o que a menina queria era um doce pelo qual resolveu batalhar com os recursos de que dispunha, mas o que conseguiu foi o mesmo que sua companheira britânica de infância: polícia.

Os adultos estão totalmente impotentes perante as travessuras, estratégias usadas para atender a impulsos e comportamentos desgovernados das crianças. Aliás, não só impotentes como também ausentes. Não havia um adulto por perto disposto a tirar a "varinha de condão" da mão da menina de dois anos ao perceber que, em vez de mágica, ela estava provocando estrago no carro do vizinho. Não havia, na escola que a garota de sete anos frequenta em Campinas (cidade em que ocorreu a história citada), um adulto capaz de conter fisicamente o descontrole corporal da garota de sete anos.

Muitos dizem que o Estatuto da Criança e do Adolescente é responsável pela omissão dos adultos perante comportamentos inadequados dos mais novos. Será que não sabemos mais intervir para conter uma criança sem usar violência, sem humilhar, sem desrespeitar sua dignidade? Será que não sabemos mais a diferença entre ação firme e ação violenta?

Vamos lembrar que a criança e o velho são os que precisam, em nosso país, da existência de estatutos que os defendam e garantam os seus direitos, o que não é bom sinal. Mas agora parece que, além de não defendermos nem respeitarmos por vontade própria nossas crianças, passamos a sentir medo delas. O que há de vir depois?

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?"

Vaga de gari atrai mestres e doutores


15 de outubro de 2009

Apressando a vida


O avião em que viajo finalmente pousa. Cautelosa, espero que a aeronave pare totalmente para relaxar por saber que cheguei sã e salva. Estou sentada numa poltrona do corredor e prefiro esperar as portas se abrirem para levantar. Não consigo: sou atropelada por um senhor, com terno de corte fino, que estava sentado ao lado da janela e tem pressa.

Ele nem sequer pede licença para passar ou espera que eu me levante: simplesmente passa por cima de minhas pernas. Aguardo um pouco e, quando a fila caminha em direção à saída, tento sair. Dura empreitada essa: ninguém está disposto a dar passagem porque isso significa chegar atrás, mais tarde. Segundos apenas, mas mais tarde. Encontro-me com quase todos os companheiros de viagem no ônibus que nos leva até o saguão do aeroporto e enfrento a mesma dificuldade para dele descer e chegar à esteira onde pegarei minha bagagem. Estão lá, os apressados, e vão esperar comigo a mala chegar.

A pressa tomou conta de nossas vidas. Corremos desde que acordamos. O banho é rápido -além de tudo, é preciso economizar água e energia-, o café da manhã é tomado com a leitura do jornal ou outra atividade qualquer, os filhos são empurrados para o carro e, com toda a velocidade, enfrentamos o trânsito emperrado para chegar ao nosso destino. É no trânsito, principalmente, que constatamos a pressa de quase todos: é difícil sair da garagem, já que poucos se dispõem a esperar alguns segundos para dar passagem. Passar de uma pista para outra é tarefa para piloto de Fórmula 1: poucos deixam ser ultrapassados.

As crianças percebem desde cedo a nossa correria e a adotam. Quando bebês, os primeiros passos são dados apressadamente para garantir um equilíbrio ainda em desenvolvimento. Daí em diante, é difícil ver crianças andando: correm sem motivo nenhum. E nós, em nossa pressa, achamos natural que corram dentro de casa, na escola, onde as levamos.

Incentivamos a corrida sem fim dos mais novos: queremos que aprendam tudo rapidamente e cedo, de preferência sem exigir muito de nossa parte para que não atrapalhem a nossa própria corrida. É no futuro deles que pensamos? A justificativa que assumimos foi essa. Mas, pensando bem, ela pode ser uma desculpa que construímos para adequar o papel educativo ao estilo de vida corrido que adotamos. Afinal, estimulando e empurrando os mais novos para essa corrida, tantas vezes desrespeitamos etapas de suas vidas, ritmos pessoais etc.

Aonde precisamos chegar com tanta pressa? Ao pensar nessas questões, ocorre-me o personagem do filme "Forrest Gump", que, em determinado momento de sua vida, decide correr. Ele simplesmente corre: sem motivo, sem destino.
Para que não façamos o mesmo, precisamos nos perguntar diariamente: "Por que estou correndo? Será que poderia realizar a mesma coisa com mais calma e melhor?". Desse modo, certamente poderíamos diminuir nosso alto grau de estresse, dedicar mais tempo aos filhos e, assim, ter uma vida melhor com e para eles.

ROSELY SAYÃO é psicólica e autora de "Como Educar Meu Filho"

12 de outubro de 2009

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS


“E a gente canta e a gente dança
E a gente não se cansa de ser criança
A gente brinca na nossa velha infância...”
(Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte)


Amo viver o presente, mas é um momento mágico voltar no tempo e relembrar cada momento da minha infância. Os amigos que fiz quando pequena são os mesmos que estão comigo até hoje nos momentos felizes e difíceis da vida.
Cultivei minhas amizades e hoje vejo que valeu a pena. Além de poder reviver momentos de criança, os faço com as mesmas pessoas que estavam ao meu lado.
Sob o sol da Bahia dancei, brinquei, li, escrevi, ri e chorei. Foi lá que formei minha personalidade e que, junto à minha família, pude formar meus valores e entender que amizade e simplicidade são ótimos ingredientes para formar uma base sólida para a vida.
Cresci, fiz amigos pelo mundo, mas não tenho vergonha de dizer que ainda gosto de ser, em alguns momentos, uma criança grande.
É com sobrinhos e afilhados que sento no chão, me lambuzo com chocolate, brinco de boneca e até de carrinho.
A inocência daqueles que um dia serão adultos me dá ânimo para saber que, pelo menos com as pessoas próximas a mim, teremos seres humanos melhores no comando do mundo.
Desejo que nos próximos anos nossas amizades aumentem mais, nossos reencontros com os que não vemos há tempo sejam mais freqüentes, que a família dos palhaços cresça e que eu esteja por aqui para dividir meus momentos com vocês.
Um beijo enorme desta adulta que ama viver a vida com a leveza de uma menina.


SANDRA TESCHNER
Revista Ponto de ENCONTRO

11 de outubro de 2009

SAUDADE!!! - NÃO DEIXE DE LER!!!


Artigo do Dr. Rogério Brandão
 Médico oncologista clínico
 RC Recife Boa Vista D4500

 Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação
 profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da
 medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os
 dramas vivenciados pelos meus pacientes.

 Dizem que a dor é quem ensina a gemer.

 Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela
 adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
 Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

 Um dia, um anjo passou por mim...

 No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar
 crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho
 ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.

 Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além.
 Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e
 prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

 Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria.
 Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes,
 particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

 Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por  mim.

 Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada, porém por dois longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.

 Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.

 Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo
 sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem sentir profunda emoção.

 Meu anjo respondeu:

 - Tio - disse-me ela - às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

 Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:

 - E o que morte representa para você, minha querida?

 - Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?

 (Lembrei que minhas filhas, na época crianças de seis e dois anos,
 costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)

 - É isso mesmo, e então?

 - Vou explicar o que acontece - continuou ela. Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?

 - É isso mesmo querida, você é muito esperta!

 - Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

 Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.

 - E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.

 Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:

 - E o que saudade significa para você, minha querida?

 - Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

 Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

 Um anjo passou por mim...

 Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos nossa transcendência.

 Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

 Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.
 

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me deste.

 Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno.
http://www.portalveda.com.br/anjos.htm

3 de outubro de 2009

http://www.google.com.br/search?q=Jogos+Ol%C3%ADmpicos+Rio+2016&ct=brazil2016&oi=ddle

OLIMPÍADAS 2016



O Brasil é o país.

O Rio é a cidade.

PARABÉNS BRASIL!!!

Sonhos de Verão


Sonhos são surpresas.
Nunca se sabe o que querem dizer ou 
onde pretendem chegar.
Não ditam verdades, preferem mandar recados.
Quem sonha entende o impossível, brinca com o 
improvável, mergulha na fantasia.
De olhos fechados, abre um mundo de possibilidades.
De olhos abertos, molda a realidade como quizer.

Liberte sua imaginação.